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Março Verde, Neuromielite òptica, NMOSD

  • Por Bctrims em 27 de Março de 2022

Março Verde!

Por: Prof. Dr. Marco Aurélio Lana, Presidente do Conselho Diretor do  BCTRIMS

O Março Verde é um mês durante o qual se reforça a conscientização a respeito da neuromielite óptica (NMO)! A campanha tem a intenção de disseminar informações relevantes e qualificadas sobre esta doença, sempre em busca de uma melhor qualidade de vida para os pacientes diagnosticados.

Quer conhecer mais sobre esta doença? Confira o que diz, Prof. Dr. Marco Aurélio Lana, Presidente do Conselho Diretor do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS):

A neuromielite óptica é uma doença inflamatória de natureza autoimune que causa, predominantemente, neurite óptica (inflamação dos nervos ópticos) e mielite (inflamação da medula espinhal). Trata-se de uma condição recorrente, com ataques repetitivos caracterizados principalmente por diminuição da visão, alterações da sensibilidade, redução da força nos membros e alteração do controle da urina e do intestino.

Caracterizada pela primeira vez por Eugène Devic em 1894, a NMO foi definitivamente considerada uma doença diferente da esclerose múltipla após a descoberta do anticorpo anti-aquaporina-4 (AQP4-IgG), por pesquisadores da Mayo Clinic em 2004 e 2005. Presente em cerca de 75% dos portadores de NMO, trata-se de uma proteína produzida por células do sistema imunológico, que ataca células do sistema nervoso conhecidas como astrócitos, desencadeando inflamação nos nervos ópticos, medula e cérebro. A aquaporina-4 (AQP4) ? a proteína atacada pelo anticorpo AQP4-IgG ? está normalmente presente nos astrócitos e tem a função de transportar água dos vasos sanguíneos para o interior do sistema nervoso.

Sintomas e sinais da neuromielite óptica

Os sintomas e sinais da NMO são variáveis. O termo espectro da neuromielite óptica foi criado para expressar variedade de manifestações da doença. Os principais são:
- Dor de cabeça ou ocular
- Turvação ou embaçamento da visão
- Visão mais escura
- Presença de manchas na visão
- Diminuição do campo (área) de visão
- Desconforto visual mesmo com uso de óculos
- Visão dobrada (diplopia)
- Dormência ou diminuição da sensibilidade numa parte do corpo
- Fraqueza nas pernas ou braços
- Dificuldade e/ou desequilíbrio para andar
- Dificuldade de urinar ou urina solta
- Constipação intestinal
- Vertigens ou tonturas
- Náuseas, vômitos e/ou soluços intensos por dias
- Sonolência excessiva

Diagnóstico

Diferenciar o diagnóstico de NMO em relação ao de esclerose múltipla tem grande importância, não apenas para o tratamento precoce, mas também para evitar o uso de substâncias imunomoduladoras ? destinadas apenas ao tratamento de esclerose múltipla ? e que, quando empregadas erroneamente para pacientes com NMO, podem levar à piora do quadro.

O diagnóstico da NMO é feito por meio de:

- Exame neurológico e neuro-oftalmológico
- Exames de sangue para identificação do AQP4-IgG
- Exames de imagem por ressonância magnética do encéfalo, nervos ópticos e medula espinhal
- Exame do líquido cerebrorraquidiano (líquor)
- Tomografia de coerência óptica (OCT) para análise das células e fibras do nervo óptico
- Exames para afastar outras doenças que simulam a neuromielite óptica

Tratamento

O tratamento da doença se divide em:
- Tratamento dos ataques agudos-
- Tratamento preventivo de novos ataques

No primeiro caso, contra os ataques se administra metilprednisolona por via endovenosa durante 3 ou 5 dias. Em seguida, prescreve-se o uso de prednisona por via oral durante por alguns meses. Plasmaférese e imunoglobulina endovenosa são outras opções de tratamento, recomendadas em casos mais graves ou que não respondam à metilprednisolona.

O tratamento preventivo deve ser feito em todos os portadores da doença para reduzir o risco de recorrência com déficits neurológicos permanentes. Medicamentos frequentemente usados são: a azatioprina, a rituximabe, o micofenolato de mofetila e demais imunossupressores (em situações especiais).
Novos anticorpos monoclonais como eculizumabe, inebilizumabe e satralizumabe são extremamente eficazes na prevenção de novos ataques em pacientes AQP4-IgG soropositivos. No entanto, apenas o satralizumabe está aprovado pela ANVISA para tratamento da NMO ? cujo elevado custo tem impossibilitado o acesso dos pacientes a este tratamento no Brasil.

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